Fundada em 1956, a BTS Comunicação Visual é especializada na criação de totens, fachadas e letreiros. Em 2005, associou-se à Anders, companhia que projeta e transforma peças técnicas de materiais compósitos, poliuretano rígido e madeira, com destaque a elementos para automação bancária e mobiliário urbano em geral. Com a fusão, a BTS tornou-se a única empresa brasileira a deter tecnologia própria para atuar em todas as etapas do desenvolvimento de projetos de comunicação visual, ou seja, da criação à fabricação e montagem.
        “Em regra, as empresas desse setor controlam apenas as áreas de projeto e serralheria. A BTS, no entanto, optou por investir em diversas tecnologias para transformar as idéias do seu departamento de criação em produtos. Com isso, não limitamos a nossa atuação às opções oferecidas no mercado, problema que a maioria das companhias enfrenta quando terceiriza a produção. Fora que a verticalização nos torna muito mais ágeis e flexíveis comercialmente”, avalia José Alaor Alves, diretor.
         Nos últimos três anos, os investimentos da BTS em pessoal, equipamentos e tecnologia ultrapassaram os R$ 3 milhões. Localizada em Taboão da Serra (SP), a sua fábrica conta com equipamentos para a transformação de materiais compósitos – em moldes abertos e fechados – poliuretano, policarbonato, acrílico, aço, alumínio e madeira. Também dispõe de estrutura para prestar serviços de adesivação, silk screen, recorte em router e montagens.

        É da BTS um dos trabalhos mais interessantes observados nos últimos tempos no setor brasileiro de comunicação visual. A empresa participou ativamente da transformação que a mineradora Vale fez na sua aparência. “Fornecemos centenas de totens internos e externos para oitenta endereços da Vale apenas em Minas Gerais”, lembra José Alaor Alves, diretor. O pulo-do-gato do projeto ficou por conta da bem-sucedida combinação de materiais – compósitos, poliuretano (PU) e aço – sugerida pela BTS.
        De início, as agências de criação da Vale aqui e nos EUA optaram pelo uso exclusivo do alumínio como material dos totens. A BTS, porém, acenou com a alternativa dos compósitos – também conhecidos como plástico reforçado com fibras de vidro (PRFV) – para dar forma às placas. “Trata-se de um material leve, flexível e, principalmente, muito mais resistente à corrosão do que o alumínio”, descreve Alves. Para convencer as agências, o diretor da BTS recorreu a diversos exemplos de aplicações dos compósitos na comunicação visual de empresas como Itaú, VW e McDonald. “Temos larga experiência na sua utilização, e sabíamos que essa era a melhor alternativa para a Vale”.
        O aço entrou como elemento de sustentação dos totens, enquanto o PU serviu para moldar o logotipo e os textos. “As agências e o próprio pessoal da Vale ficaram impressionados com as peças, sobretudo pelo fato de não haver qualquer parafuso aparente. Em resumo, conseguimos aliar beleza e resistência”, afirma.         Essa foi a primeira das três fases do contrato da Vale vencido pela BTS. “Foi um dos nossos maiores trabalhos na área de comunicação visual desde a fundação da BTS. Ao todo, transformamos vinte toneladas de compósitos”, calcula o dirigente. Alves estima que devem ser consumidas mais vinte toneladas do material nas etapas seguintes.

        Com o objetivo de intensificar o seu grau de verticalização, a BTS Comunicação Visual instalou em agosto uma unidade de moldagem de acrílico. O equipamento – composto por uma estufa vertical a gás, única no mercado, e uma prensa de 100 toneladas – tem capacidade para processar chapas planas de até 2x3 m. Além de projetar e instalar indicadores internos e externos, luminosos, totens, fachadas e painéis, a BTS conta com estrutura própria para transformar policarbonato, poliuretano, compósitos, alumínio, aço e madeira.
         Boa parte das empresas do setor de comunicação visual, sobretudo as pequenas e médias, terceiriza a produção de chapas acrílicas. “Fora os inconvenientes de depender da disponibilidade e dos moldes do terceirizado, nem todos os fabricantes têm condições de processar chapas de 2x3 m, as maiores existentes no mercado. Isso acabava limitando as nossas opções”, comenta José Alaor Alves, diretor da BTS, companhia cuja relação de clientes é formada por empresas como Grupo Itaú Unibanco, Banco Safra, Santander, Bradesco, Lojas Riachuelo e Controlar, entre outras.
         Os moldes usados na unidade de transformação de acrílico também são produzidos pela BTS. “Contar com uma equipe especializada em ferramentais viabiliza o desenvolvimento de qualquer tipo de design que o cliente deseja”. A empresa ainda fabrica os moldes empregados no processamento de poliuretano e compósitos.
         Versátil e bastante resistente às intempéries, o acrílico é comumente usado para dar forma a elementos de comunicação interna e externa de empresas e indústrias. Conforme levantamento do Instituto Nacional para o Desenvolvimento do Acrílico (Indac), 80% das 9.000 toneladas de chapas acrílicas produzidas no ano passado foram consumidas pelo setor de comunicação visual. Entre os últimos trabalhos da BTS envolvendo o material, destaque aos fornecimentos para as Lojas Marabraz, Itaú Seguros e Grupo Itaú Unibanco.
         A aquisição da unidade de moldagem de acrílico fez parte do programa de investimentos da BTS iniciado em 2006. Ao longo desse período, foram investidos pouco mais de R$ 3 milhões em equipamentos, infra-estrutura e capacitação profissional. Fundada em 1956, na cidade de Taboão da Serra (SP), a BTS também presta serviços de manutenção, survey, adesivação e silk screen, além de recortes em router, plasma e CNC.